começou a funcionar

Na primeira semana de Regional, só 13 pacientes devem ser atendidos

Dandara Aranguiz

Fotos: Renan Mattos (Diário)

Após longos desdobramentos e uma história que se arrastou durante 15 anos - desde o projeto e a execução da obra até a inauguração -, o Hospital Regional Centro, em Santa Maria, começou a funcionar. A manhã desta segunda-feira marcou o início dos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do complexo, que opera, neste primeiro momento, com um ambulatório de especialidades em doenças crônicas (para pacientes hipertensos e diabéticos). No entanto, a expectativa de se atender, pelo menos, 10 pessoas no primeiro dia de atividade não se confirmou. Ontem, somente três atendimentos foram realizados. O que chama a atenção é que a situação não deve mudar muito ao longo da semana.

Conforme a enfermeira gestora do projeto de implementação do Plano Terapêutico Singular (PTS), Rosane Prato, até sexta-feira, o atendimento de 13 pacientes está marcado (veja a agenda abaixo). O cronograma pode sofrer alterações, já que ainda está sendo montado conforme os agendamentos estão sendo feitos (a lista repassada pela 4ª CRS tinha 23 pacientes).  

  • Segunda - Um paciente de Júlio de Castilhos e dois de Nova Esperança do Sul  
  • Terça - Dois pacientes de Santiago e um de Faxinal do Soturno
  • Quarta - Dois pacientes de São Sepé e um de Agudo
  • Quinta-feira - Um paciente de São Francisco de Assis e dois de São Vicente do Sul
  • Sexta-feira - Um paciente de Santa Maria

BAIXO ATENDIMENTO 
A justificativa para o baixo número de atendimentos acaba esbarrando em várias questões. Uma delas é a adaptação ao novo sistema de regulação ambulatorial, que ainda não foi implementado. A expectativa, segundo a enfermeira gestora responsável pelas equipes de atendimento, Rosane Prato, é que, até o final do mês, ele seja implementado, o que facilitará a "conversa" entre secretarias municipais de saúde, 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) e equipe médica do hospital.

- O município vai identificar qual o paciente é de alto ou muito alto risco, através das unidades de saúde. Feito isso, a secretaria de saúde do município do paciente vai lançar no sistema online, que vai ser específico para os atendimentos ambulatoriais e deve ficar pronto nos próximos dias. Hoje, estamos trabalhando com formulários e agendamentos manuais, até que o Ministério da Saúde libere o programa. Estamos criando um sistema novo, com novos processos e formulários novos - explica.  

Rosane ainda esclarece que, a partir disso, o hospital entra em contato para verificar a situação atual do usuário.

- Alguns dizem que não querem vir, outros já fizeram os procedimentos de alto risco. Mas também dependemos de que os municípios tragam esse paciente até aqui, e nem sempre eles têm transporte. São coisas que ainda estamos ajustando. Nossa ideia é fechar cinco atendimentos pela manhã e cinco pela tarde, pelo menos nessas primeiras duas semanas, mas vamos aumentar a agenda - comenta.

PACIENTES
Questionado sobre a quantidade de pacientes encaminhados para o ambulatório, o titular da 4ª CRS, Roberto Schorn, disse que alguns usuários do cadastro estavam com os dados errados e que outros já haviam sido atendidos, mas que o órgão já está trabalhando para que o problema não se repita.

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- Ficou muito em cima da inauguração, mas isso é normal, até que funcione 100% vai demorar alguns dias - disse.

Enquanto isso, o prédio, com área total de 20 mil m² e que custou cerca de R$ 70 milhões, opera parcialmente, com previsão de abertura de internações para daqui a um ano. Para a abertura desse ambulatório, o governo do Estado já injetou R$ 5,7 milhões, repassados ao Instituto de Cardiologia em junho. Ao todo, R$ 17.389.335,90 (divididos entre despesas com pessoal, serviços terceirizados, reforma, equipamento e material permanente) serão pagos para manter as atividades do ambulatório até julho de 2019.

COMO FUNCIONA O ATENDIMENTO
Como funcionam os atendimentos no ambulatório de especialidades, onde são tratados pacientes com doenças crônicas (hipertensão e diabetes mellitus): 

  • Quem será atendido - Pessoas com condições de alto e muito alto risco em hipertensão arterial e diabetes mellitus, da região de cobertura da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS). A previsão é de que 5 mil usuários sejam atendidos no ambulatório neste primeiro ano. Esse quantitativo será acrescido gradualmente, conforme os Serviços de Atenção Primária forem classificando o risco dos pacientes para o encaminhamento 
  • Quem encaminha - É um serviço fechado. Os pacientes deverão estar cadastrados e em atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), de acordo com os protocolos estabelecidos. O encaminhamento ao ambulatório será feito pelas equipes de Atenção Primária, por meio da 4ª CRS, por meio do Sistema de Regulação Ambulatorial 
  • Profissionais em atuação - Médicos especialistas (cardiologista, endocrinologista, angiologista, nefrologista e oftalmologista), enfermeiro, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, farmacêutico clínico, profissional de educação física, assistente social, equipe de técnicos e apoio operacional. No total, cerca de 70 funcionários contratados e terceirizados atuarão no início das atividades do ambulatório
  • Atendimentos - É 100% SUS. O paciente que chega ao ambulatório passa por um circuito de atendimento denominado Plano Terapêutico Singular (PTS), que é um conjunto de condutas articuladas em discussão coletiva. Nesse circuito, o paciente passa, primeiro, pelo acolhimento com a equipe de enfermagem (enfermeiro e técnicos). Nesse primeiro momento, é feito o diagnóstico do paciente (coleta de informações, verificação de sinais vitais, avaliação de exames anteriores etc.), para, depois, ser avaliado por uma equipe multiprofissional. Após, o usuário passa pelos outros consultórios, onde estão distribuídos os outros profissionais (nutricionista, assistente social, psicólogo, fisioterapeuta e os cinco médicos das especialidades), conforme a necessidade e a avaliação individual. Nas primeiras duas semanas, a capacidade de atendimento é de 10 pacientes. No entanto, de acordo com o administrador do Hospital Regional, Elvis Prestes, o ambulatório terá capacidade para atender entre 40 e 50 pacientes por dia quando atingir sua plenitude
  • Serviços oferecidos - Exames de apoio de diagnóstico, tomografia, Raio X, eletrocardiograma, ecocardiograma, exames Mapa e Holter, teste ergométrico, ultrassonografia com dopler, fundoscopia, retinografia e fotocoagulação a laser
  • Infraestrutura - 13 salas de consultórios e laboratório de análises clínicas. Futuramente, um centro de diagnóstico de imagem será instalado no local  
  • Horário - Das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira 

A PRIMEIRA PACIENTE
A primeira paciente a ser atendida no novo hospital, uma senhora de 65 anos, hipertensa, veio de Júlio de Castilhos logo na primeira hora da manhã. Pela parte da tarde, mais duas pessoas foram atendidas. Um paciente de Cacequi, que estava agendada para as 16h, não compareceu.   

- Estava esperando há uns quatro anos para consultar com especialista. Entraram em contato comigo na sexta-feira, no posto de saúde, aí não podia perder. Daqui a quatro meses, volto com outros exames. Achei muito bom. Não esperava que fosse assim, fui muito bem atendida - comentou Terezinha de Fátima Manzoni Ciscato, 57 anos, que veio de Nova Esperança do Sul e foi a segunda paciente atendida pela equipe multiprofissional do ambulatório.  

A dona de casa Catarina Santos Oliveira, 73 anos, também veio de Nova Esperança do Sul. Ela é diabética e hipertensa.  

- Achei bom. Conversei com a assistente social, achei diferente. Espero que seja para melhor - disse Catarina.

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